Sorri com aquele som que cortava o espaço aéreo.
Caetano me disse: se jogue!
Dancei.
E parei. E esquentou no frio. E a pele se esticou lambendo a
pele do chão.
Vi corpos, cobertos por peles e por roupas.
Caetano cantava e me esquentava.
Todo dia eu como uma verdade e vomito uma metáfora.
Hoje comi um fio de lã e regurgitei minha alma. Saiu quente
e acho que foi embora, porque ficou fria, ficou podre, ficou nojenta. Não é
mais minha alma!
Caetano já não canta e eu já sinto frio novamente.
Iemanjá aparece na flor. Na flor rindo. Florido.
E a teia surge. Mágica, mágica, mágica. Sou aranha, todo
mundo dentro é.
Corre, agarra, pula. Não penso mais em Caetano. Só penso na
aranha.
A teia é um caleidoscópio de imagens. Imagens de coelhinhos
aleatórios.
Imagens de facas cortando pulsos.
De uma mulher dançando.
De um menino chorando e moedas caindo.
De jovens correndo no parque atrás de chocolate.
De ovos ovários.
De um rio e uma canoa.
De um escuro.
Caetano silencia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário